sábado, 25 de setembro de 2010

eu me contorço de amor em meio as pétalas de todas as flores



Dois celures sobre a mesa, o frio e a janela,
a centopeia imaginária deslizando
sobre meus dedos de poesia eterna,
o chão gelado tocando meus pés
as cinco e dezenove do novo dia,
eu sem sono e com saudades dela,
perdido de amor, apodrecendo de amor,
virando planta, palmeira real,
jequetibá, margarida

Eu que sou tão pouco,
um quase nada lutando para não ser confuso,
preso a fios invisíveis,
um elefante amarrado com um fio de cabelo
aos tornozelos dela

Só eu me entendo,
só ela derrete essa neve
vinda dos Andes de muito antes,
eu morro de saudades dela
e não sei lidar com isso,
tremo, fico vulnerável,
sou tão pequeno, minúsculo,
mas não sou humano,
pareço um polvo, um invertebrado dentro
de uma garrafa de gelo

Morro de saudades, eu choro,
choro muito louco por ela,
e sei que algumas pessoas que lerão esse meu escrito
não gostarão do que falo e sinto

Mas sou mesmo Gnomo,duende,
filhote de saci,
cobra coral se contorcendo de amor,
eu me contorço de amor
em meio as pétalas
de todas as flores

(edu planchêz)