terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tenho como fêmea a mais nua de todas as aborígenes, sou um privilegiado


Sou um da Gerundia,
um dos que cruzaram o meio século viril
e progressivo,
mais jovem do que nunca,
simbolizo as constantes fusões
dos dias e das noites

Sou cobra cascavel apinhada de guizos,
cobra antiga, que possui veneno apurado,
bote mais que certeiro

O velho Chefe Pele Vermelha Seatle
deve estar orgulho de seu descendente,
eu cavo minha canoa no troco da árvore baobá
mas não manifesto nenhum esquecimento

Tenho como fêmea a mais nua de todas
as aborígenes, sou um privilegiado,
com ela quero erguer muitas e muitas fogueiras,
acender com o fogo das estrelas
nos olhos girassóis,
nos ventres de jasmins e avencas

(edu planchêz)

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