JARDINS FUGIDIOS
O que seria do ar se não fosse a guitarra?
O que o seria do oxigênio sem aqueles acordes?
Acordes?
Em cada esquina, uma tromba,
um grão de arroz de óculos escuros,
migrantes janelas sem rostos,
jardins fugidios
A que altura estamos?
Em que praia despejaremos o mercúrio?
-Mercúrio?
-Sim, somos cruéis e sem rostos,
espero que não esqueça
O motor e as hélices sublimam
os pavilhões de nossos pobres ouvidos
Elevados a quinta potência da inutilidade
entramos no que restou do mar
(edu planchêz)
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