segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

MARILZA FRANCISCO DO POVO



“Edu Planchêz,
o povo não compreende o que você escreve !”
Ouvi dizer que o povo
mal sabe onde fica o buraco do cú,
mas possue seus mistérios

Quem foi que disse que escrevo
para ser compreendido?

Eu me compreendo e isso já é o bastante,
não tenho obrigação alguma de escrever
para algo ou para alguém

“As verdades vêem do povo!”
E as mentiras também, mas...

(No espelho, Edu Planchêz)
Povo, eu também sou povo,
habito a mesma sociedade Terra,
freqüento o mesmo mercado,
ando pelas ruas do povo,
bebo nos mesmos copos...

-“Mas, por que você não é igual a um nós
“que vai para o seu trabalho
todo dia sem saber se é bom ou é ruim”?”
Por uma simples razão,
eu penso, desenvolvi a custa
de valiosas leituras
e vivencias o senso crítico
e a habilidade de trilhar
o próprio caminho.
Se o povo conhecesse Michel Foucault
e outros mestres do pensamento,
deixaria a tola inocência,
deixaria de ser uma marionete
sob as patas dos poderosos.

Infelizmente o povo
não sabe o que significa
a palavra marionete.

Desde que me descobri
uma vaca profana abandonei a manada
porque Nelson Rodrigues
me disse que “toda unanimidade é burra”.
E pensar, não é tão difícil assim,
basta pôr uma super dose de Artaud
no fundo intenso do crânio.
Mas até chegar aos pés escuros
de Artaud é preciso passar pela morte
da tríade tradição-família-propriedade.
Compreendo a dificuldade
de se chegar a esse patamar,
mas algo precisa ser feito
para que você não se torne algo inerte.

(edu planchêz)

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