segunda-feira, 20 de setembro de 2010

vivo mesmo a margem

( Foto: Chefe Pele vermelha Seatle)



Sou marginal por opção,
vivo mesmo a margem de toda a podridão,
para mim e para muitos irmão e irmãs
o mundo que está ai fora acabou,
tornou-se pó,
ambiente decrépito...
mas tal qual Sidarta Sakiamuny,
não posso adentrar-me por inteiro no Nirvana
enquanto houver seres sofrendo sobre os planetas

O chicote das vozes turvas silvam
nas costas dos catadores de pão e pedras,
silvam em nossas costas

Mas cá mesmo na barca do inferno
podemos encontrar o estado de budha,
a iluminação em meio as inúteis guerras

Meu mestre Jossei Toda se iluminou na prisão,
em meio aos piolhos e moléstias
Mesmo com o dente quebrado,
sigo desdobrando os papéis
a mim confiados

Bem sei que as relíquias
que guardo no olho e no ventre
são para serem repartidas,
e essa coisa de andar à margem vai se tornando
maior e mais forte

Ando a margem do rio,
a margem da história mal contada

(edu planchêz)

Um comentário:

theresa brahm disse...

Amo e entendo você. Vivo na margem.