segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vou hibernar no meio da guerra




Hibernar,
ir ao silêncio do silêncio,
nas caminhadas matinais,
nos poentes mais novos

Eu sendo urso de longos pêlos
atado à caverna eu mesmo,
meus ossos descansam sobre a gordura
que andei armazenando
pelas primaveras
e pelos andares das cidades vencidas

Componho esse escrito caminhando
pelo sono da minha irmã astral
que por essa hora vive em Nova Xavantina

Irmã,
em mim é "inverno",
voltarei em "assim falou Zaratustra",
já que tenho nas mãos
todas as minhas cinzas e carvões

Mas também sei que não posso
me esconder diante dos que sofrem,
Ermitão? Sim, mas com as devidas medidas

Vou hibernar no meio da guerra,
no centro da avalanche,
no epicentro do mais feroz furacão
E ainda assim saborear as ternas manhãs,
os finais de tarde de Copacabana,
os pássaros despertadores de Santa Teresa,
teus olhos lindos

(edu planchêz)

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