segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

H A R O L D U S D C A M P U S



No leito da valeta funda mora a mulher cara-de-canoa
que prende o condão do clitóris nas moluscas estrelas
do vento cão

Há um bilhão de anos-luz-de-vela
ela partira mais de trinta filamentos
pensando na invenção da lâmpada fria

Falemos agora e nunca do jogo de dados
A soma do oito e meio com vinte e quatro
e do sete com o cinco
resulta no absurdo sistema que procriou a poesia
concreta

A colisão do meu com a tua
Em tudo
Em nada
Resulta

Vamos mudar de assunto!
Busquemos o ardil e a curva mais propícia para cravar
os lábios!
Nem tanta poeira assim!
É possível que essa suposta visão
se dê por conta do ângulo escolhido para a penetração

A cinza pena do pássaro agosto
reduz a carbono o relógio e os olhos que olham o relógio

Meu amigo Ladislau afirma:
O Universo paralelo que concede um centavo
É o mesmo que enterra nos vãos
Orion e a conjunção de escorpião com touro

Leio tal premissa nas faces do trapézio
Leio o que vou escrever pelas próximas garfadas
amado para o sempre pelo cimento e pelas amoras

(edu planchêz)

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