(PARA ARTUR RODRIGUES MARTINS)
O tempo
Eu no tempo
Tempo em mim
O coração relógio
arrasta os ponteiros
inventando
noite e dias
Vivo dentro e fora do tempo
Moro e não moro no relógio
porque tenho e não tenho que cumprir
os ditames ultra capitais
Meu corpo ( ontem ),
desenho enterrado
na pedra
Meu corpo ( hoje),
largado
nas estampas
O talhe do rosto do homem
vibrando
em quadros
que o tempo tratou de gravar
sob os anéis das horas
Diante da medida da sombra
dos planetas,
plantado no subsolo das lembranças
da velhice e da infância
volto ao homem,
ao beijo,
ao inchaço que atormentou meus pés
Um olho em 1900,
o outro em 6000 e sei lá
Morrendo nascendo ( muitas vezes )
Conto os inúmeros crânios
que tive para guardar os pensares
Acho que estou no presente no futuro,
acho que estou...
Molas digitais
Engrenagens de cera líquida
Ponteiros cobertos de terra preta
Antônio Eduardo Planchêz de Carvalho,
o sibilar das asas côncavas da mosca
caminhava no magma
antes mesmo da intensa chuva
de meteoritos
Minha ciência conhece
o nascedouro desse sistema
Eu viajante do tempo
crescendo entre os vagões,
locomotiva de músculos e ossos
em linha sinuosa reta
20-08-2006- Rio de Janeiro
(edu planchêz)
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