segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

DIANTE DO FURACÃO QUE CRIAMOS O MUNDO É MENOR QUE UMA CABEÇA DE ALFINETE CORTADA PELA METADE



Meu verbo soterra o pássaro fedorento do velho
Já não há dicionário para esses monstros dormirem

Que a carapuça do saci sonolento seja desatarraxada
da tua cabeça parafuso sem rosca

Meu verbo arreganha as mãos para pegar teu samba estilhaçado
para no mistério da noite carioca arrombar as ruas,
ir até o mar de todos os manjares...
para viver nos versos de Ana Cristina Cesar
sem esboçar nenhum arrependimento

Diante do furacão que criamos o mundo é menor
que uma cabeça de alfinete cortada pela metade

O verbo que sai da minha bolota vermelha transcreve
inúmeras vezes o que as tradições orais nos legaram
para no centro do verão maior torcer o eixo
da luz que você me lança
até a água das nossas andanças tornar-se mineral

(edu planchêz)

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