domingo, 31 de outubro de 2010

O caldo da noite prenhe de mim mesmo escorre entre nossas pernas




O caldo da noite prenhe de mim mesmo
escorre entre nossas pernas,
nas arestas de todas as Eras,
nas placas de gelo,
nos cumes dos vulcões vivos

Eu devo verte varizes em livros,
coágulo em ponte elevadiças

Se sou poeta dos homens e das mulheres,
também berro para as feras do profundo,
para as borboletas que saem de tua vagina adorada

Meu porto é teus pés,
minha janta, o cruzeiro do sul
e a estrela cor de corais
que penetra teus ouvidos

vem morar comigo no canto do olho
do novo dia que se aproxima
com a velocidade de um beijo

Tento te esquecer, mas os trovões não permitem,
os peixes que percorrem o meu e o teu fluxo sanguíneo
saltitam de tanta claridade

(edu planchêz)

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