quinta-feira, 18 de março de 2010

O portal da morte (da vida)



Se a morte é um portal(da vida)
que viemos atravessando pelos dias
e pelas noites dos tempos...
inicio essa minha prece
de mãos dadas aos poetas que amo,
me ajoelho com eles
diante de todas as letras do alfabeto iluminado

O portal da morte aberto para que eu passe
e eu passo por ele para provar o arco-íris
e as boreais tardes das águias gigantes

Tenho que falar do ventre, ora aberto,
ora fechado da grande borboleta
que não apenas eu vejo

Nas asas das estrelas pequenas,
nos potes de gelo e ouro
nossos espíritos ouvem as canções
cantadas por todos os cantores da Terra

E vou penetrando, penetrando, penetrando
no umbigo, no umbigo de minha mãe,
de meu pai, de meus ancestrais,
no meu umbigo, no umbigo de meu amor,
no umbigo de meus irmãos e irmãs

O portal da morte não é o primeiro
nem o último portal

E o que são portais?
E o que é Jorge Luiz Borges?

(edu planchêz)

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